quarta-feira, 16 de abril de 2008

Cenas que se veêm cada vez mais

No outro dia fiquei surpresa quando vi na TVI que estavam a pedir aos telespectadores para enviarem vídeos caseiros de situações que os espectadores considerassem notícia, ou que, por ordem da natureza, ou de outra coisa qualquer inexplicável, fossem mesmo notícia. É o chamado jornalismo cívico. Não seria mau até porque podem surgir notícias importantes como a filha da vizinha que chegou a casa depois da meia-noite e levou um enxerto de porrada da mãe e depois foi preciso chamar o INEM, que demorou meia hora a chegar, e depois não tinham equipamentos na ambulância para socorrer a jovem embriagada que teve que ser transportada para um hospital a mais de duas horas de distância e quando chegou lá... (depois de tanta cena estranha e digna de ser relatada na TV e ainda por cima com imagens exclusivas de um vídeo amador), estava eu a dizer, quando chegou lá já ía sóbria!
Bem, tudo isto para dizer que já há tantos jornalistas, alguns nem deveriam ser, já há tantos jornais e notícias que nem valem a pena o papel que se gasta para a impressão, que agora só nos faltava que a vizinha do lado, que nem tem o que comer, mas que comprou um telemóvel de última geração, começasse a pensar que tinha também uma veia jornalística.
E isto tudo quando andam tantos desgraçados, acabadinhos de sair da universidade, sem emprego e com o sonho de poder dar grandes notícias ao mundo. Tenho realmente pena dos jovens que pensam que ainda podem mudar o mundo fazendo um jornalismo sério... Enfim...
Esta, infelizmente, não é uma cena do nunca antes visto. Acaba por ser uma cena cada vez mais vista.

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